A procura por cursos de língua inglesa tem crescido muito ao longo dos anos devido a globalização e a necessidade de os brasileiros aprenderem este idioma, seja por questões de trabalho, de estudo ou de viagem. No entanto, nem sempre é possível aos alunos estar em contato com estrangeiros ou ainda fazer uma viagem ao exterior para colocar em prática todo o conteúdo estudado durante os 4 ou 5 anos de um curso completo.
Aprender e saber usar adequadamente os pronomes pessoais, possessivos, os substantivos, adjetivos, advérbios, verbos e tempos verbais, é importante para que a comunicação seja realizada de maneira eficaz. Porém, a minha pergunta é: Será que quando os alunos de fato entram em contato com um estrangeiro, seja no Brasil ou no exterior e querem praticar o que aprenderam, conseguem ter uma conversação fluente e natural ou se sentirão frustrados, pensando que estudaram tantos anos em vão, pois agora percebem que não dominam o idioma apesar de saberem perfeitamente como estruturar as frases em inglês?
A maioria dos alunos, fica frustrada e quase entra em pânico ao se deparar com uma situação real de conversação com um estrangeiro. O por quê? Simplesmente porque os falantes de língua inglesa, fazem uso de expressões idiomáticas e de gírias retratando características culturais da língua inglesa, assim como nós brasileiros, em conversações informais, coloquiais, fazemos uso de expressões idiomáticas e de gírias características da cultura brasileira.
Os Idioms são as expressões idiomáticas e os Slangs são as gírias em inglês. O conhecimento de ambos pelos alunos que desejam colocar seus conhecimentos de inglês em prática, é fundamental, pois eles fazem parte dos elementos que compõe a língua inglesa. Estas duas particularidades da língua sempre me chamaram bastante a atenção, uma vez que sabendo da existência desses usos e como usá-los, é possível uma conversação mais fluente, natural e eficaz.
Quando cursava inglês, me lembro que não via a hora de começar a aprender os tais Idioms e Slangs; os quais já havia ouvido a respeito. Queria aprender a utilizá-los, para poder falar como os nativos. Foi aí que tive uma decepção. Só fui ter contato com essas particularidades da língua quando já estava quase no nível avançado. Os exercícios a respeito desse aprendizado eram aqueles famosos Fill in the blanks, que são aqueles que o aluno tem que completar a lacuna com o vocabulário mais adequado.
Hoje, atuando como professora de inglês desde 2007, trabalhando em escolas de idiomas renomadas e tendo contato com diversos materiais didáticos, percebo o quanto o ensino e o aprendizado dos Idioms e dos Slangs são tratados com certo descaso.
Não pretendo desmerecer nenhuma das escolas por onde já passei, nem tampouco os materiais didáticos e os autores que abordam esse ensino.
A minha intenção, é contribuir de alguma forma, para a percepção tanto dos futuros professores quanto dos alunos, acerca da importância do conhecimento e do uso destas particularidades.
Não acredito que o ensino por meio de exercícios de preenchimento de lacunas, onde as frases estão soltas, fora de um contexto, não inseridas em exercícios de conversação pelos quais os alunos poderiam compreender melhor os usos, tragam resultados positivos nessa modalidade do ensino. É comum os alunos fazerem aqueles exercícios no livro, não praticarem em forma de conversação, irem para casa e não revisarem aquele conteúdo. Nas próximas aulas, já não se lembrarão mais dos termos preenchidos.
Particularmente, penso que as aulas dedicadas a esse ensino deveriam acontecer desde o nível intermediário e não apenas no avançado. As atividades, ao invés de serem apresentadas apenas nas pouquíssimas páginas do livro didático, às vezes em uma única unidade do livro, deveriam ser apresentadas ao longo do ano, com exercícios interativos, lúdicos e de conversação, para que o aluno pratique com foco no uso, simulando situações reais do cotidiano dos falantes nativos.
Comentários, sugestões, opiniões e contribuições de professores e alunos serão muito bem vindos.
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